sábado, 30 de novembro de 2013



beforethedawn.blogspot
calo os monstros que assolaram entranhas num tempo que urgia de perigo o corpo. aborto contente pedaços doentes que não me cabem mais. renasço das trevas do espelho que chuta na face verdade oculta. mudo na força da pedra que cai de realidade vazia. fraca me julgo por me permitir assim. junto pedaços e me faço de novo a mulher que julgo ser...e serei. 

Flavia D'Angelo

GOZO


tragada de beijo
sacio a fome
em gozo profundo
marcada de pelo
pedaços em carne
te rogo meu mundo


Flavia D'Angelo

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PELE




desfaço pedaços
escuro me traça
desejo sacio
linhas em curvas 
de dedos em nuca 
mulher que me visto 
no sexo fugaz 
mergulho na noite 
orgulho banido 
desprezo sentir 
ateio o vício 
me despe receio 
entrega contida 
de santa bandida 
chegando sem medo 
resposta no corpo 
na entrega insisto 
pudor não anseio... 


Flávia D'Angelo

FOZ



a língua mordida na orelha
esfria com vento tardio
fere o peito qual faca
na tarde que desce do rio
ferida que sangra na cheia
maré de garça comprida
bica carniça e avisto
o cheiro de ainda estar viva


Flavia D'Angelo
Raro momento de paz, instante em que absorvo uma áurea de esperança há tempo esquecida. Nova sou para isso e velha demais para não sabê-lo. Dor pequena que ocupa um espaço por demais exausto, sem a importância devida para tanto sentir. Olho a minha volta e banalizo esse sentimento mesquinho. Não foi pra isso que nasci. Quero vida...e terei!

Flavia D'Angelo
noite vazia cala escura a mente que grita
vento abala resta o nada que sobra no tudo
cama me pesa pressa de calma em sono contido
prezo na reza peito espreita novo destino

Flavia D'Angelo

INGRATIDÃO


verdade desaba no corte
escrita inútil, eu quebro
resta do resto qual nada
paixão que esconde o verso

Flavia D'Angelo

MEDO


cedo
o receio
sinto
que nego
olho
não vejo
escuta
de cego 
clara 
que raio
nua
me deixo
cheiro
de tudo
fino
de medo
rasgo
que quebro
prumo 
de meio
salto
do nada
perco
o veio
cruz
na espada
penso
desejo
morte 
me afaga
cala 
em cheio
sorte
afasta
meu devaneio...

Flavia D'Angelo

CALMA

calma, grita ela. calma que este vazio não se preenche com nada. esse vazio transborda na alma cheio de tudo. capricho que corpo castiga, mente pra ela que basta. não basta. contida de pressa atira no abismo vontade de ser, e não é. calma...sente no fundo vazio o agudo fingido de muito. preza razão de ver-te o vão que separa certeza. calma! olha por dentro, não toca o centro com força fugaz. repara o medo de sentir o veio que escolha te traz. calma! respira pedido, olha o frio espelho de frente. verás que te crava, cruel qual navalha,verdade que cala. na finda miragem, encara com calma coragem de paz...

Flavia D'Angelo

FIM


preciso abraço amigo, 
fuga do mundo
olhar que me visto,
carinho inteiro
de sobras não vivo,
amor dividido
no meio receios
carente menina
não supre mulher
desprezo desejo
fútil artificio
no sono escondo
palavra que falha
vivendo vazio
escondo o medo,
carente implora
aplausos escusos
no meio de tudo
a sobra do nada
vieste pro mundo
procura o tudo
fica o nada...
eis meu mundo
naufrágio deserto
me ponho de resto,
da sobra procuro
meu tudo é nada...
fútil passagem
coragem que falta
assumo o luto
me basta vontade
traída por nada
mereço futuro...


Flavia D'Angelo

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

FÊMEA

Web
aceitei o convite que a noite trazia. o ritmo das ondas pulsava em nossos corpos. momento branco de luar que no corpo implorava o que a alma pedia. um infantil acalanto do desejo na mulher envaidecida. meu homem que por instante me sabia. me sabia tua, me sabia fêmea. me sabia adicta por seu ar, por seu ser, por seu trato. me respondia. um momento onde nada existia além do que somos. e amamos tão tudo, enquanto a lua assistia...

Flavia D'Angelo

SURTO


da mente com álcool
surdiam fantasmas da boca solta

angústias presas regurgitadas
do peito cansado de guardar

surto de amor sentido ao extremo
salto do muro que separa no vento
o tudo vivido, cúmplices momentos

manifestando em gêmeas almas
ocaso resumido
numa caixa de palavras


Flavia D'Angelo

EU


se não fosse eu...me achego, me fortaleço, me espero. o tempo com seus mistérios que quero. indiferente, coerente, carente. desperto pro vazio que me preenche e dele me saboreio. não esmoler , suplicar...não quero atenção em vão. orgulho besta que me pertence. no fundo, meu palco é só meu, espetáculo vivido por mim que diverge da fraca necessidade humana. nem aplausos nem vaias, apenas seguir. me basto assim?

Flavia D'Angelo

DOR



na fria noite lancei meu achego
querendo ao meu lado quem não me precisa
sou assim, entendo a dor

no brinde solitário com a indiferença
sinto a secura do momento
antes revestido de ternura

palavras e gestos descabidos de sentido
selam a fria noite agora vazia
de entendimento

acarreando o seu pesar
a quem não se digna a esse
trato frio que machuca

tristeza vivida no desprezo
de uma entrega sincera

não há mal maior
daquele que não absorve
enquanto pode
o valor de um afago

perdas desadormecem fragilidades
do tempo que nos resta
e necessito gritar a vida

extrair o máximo
de pessoas que me pertencem
pelo maior tempo possível

Não sei quando findo, pode ser amanhã
hoje...quem sabe?

e nessa espera
tutelado será quem guardo aqui dentro
dizimando na medida que posso
o sofrimento que lhe afeta

e quando não me fizer presente
na distância lanço de mim a volição
de que matinadas vividas nessa estreiteza no peito
passarão...

assim deseja quem ama!

Flavia D'Angelo
gosto
esgoto 
provoco 
entorto 
me toco 
sufoco 
coloco 
foco 
suporto 
rimo, me olho 
não posso 
consolo...

Flavia D'Angelo
Google
fumaça soprada de noite, finda vontade sonhada. do escuro vestido de hoje, acorda lavada na alma. na busca do nada espero o tudo, futuro me resta. parida de sentido penso: pertenço calando meu mundo.

Flávia D'Angelo

PROIBIDO


água borbulha
pernas em cruza
que pele desliza
em osso e carne
te mostro verdade
escondo seu mundo
em sangue me toma
de fêmea me doma
consumo teu falo
mergulho de peixe
te sugo na sede
profundo riacho
colo preciso
paz de amigo
no homem me acho

em ti me pertenço...


Flavia D'Angelo

14/02/2012

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

MÁSCARAS INTELECTUAIS


de máscaras infâmias, mulheres que lama costumam comer. hipócritas na cama, provocam a chama do simples servir. de caras voltadas pra face do nada se dão sem pudor. caráter temido, olhar escondido, gemidos de dor. e homem que come, não tem sobrenome, poder ou lisura. se fazem de santas, mas em qualquer cama não passam de putas. intelecto de escarro, não sobra na alma socorro de cura. desfilam imagens, só pecam bobagens, vendidas impuras...lhes faltam coragem, sem preço caráter, barato figura...posando se passam, aceitam migalhas, não medem valor...