sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

PECCATUM MEUM


a espada rasgada na cruz
desfaz-me estoica calma
antes ungida de graça
despida de dor
inferno que dante não cria
na carne carente sangria
no logos que corpo jazia
entranhas teu eu com pavor
pecados me valho pedinte
dos sete me faço ouvinte
de gritos que antes calara
explodo sem freio e pudor
orgulho que me reconheço
me visto de melhor apreço
convenço valor 
destrói me a ira sentida
das mãos que me findam vazia
em noite que entrega se faz
dano me dana inveja
o quanto de mim te carrega
quando sozinho se vai
mesquinha sufoco teus passos
apego de seu me encaixo
te quero demais
devoro-te em partes que cruas
sacio metade da gula
não me satisfaz
num louco tormento entrego
ao homem qual vênus irrompe
meu gozo bebido em taça
veneno que dentro me vaza
da nua luxúria que rogo
pecando na alma
acordo
a santa que puta me faz...

Flavia D'Angelo

3 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Flavia D'Angelo disse...
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