fenece
esquece moral que remete
deseja com febre
quem não te pertence
usada no sexo
momento sem nexo
implora atenção
que jaz
morta usada
carne passada
vergonha explora
expõe carência
inveja vivida...
quisera fudida!

Flavia D'Angelo

no palco represento realidade tragada comigo. brilho que luz emana em íntimo meu. vida que posa na arte de ser minha...sina!

Flavia D'Angelo
Foto: Lena Maia

dor
entorna e pisa
que chão me coloca
fizeste aposta
que torta desfiz
maldita num triz
te fechei a porta
e louca em postas
refiz...feliz!

Flavia D'Angelo
Foto: Lena Maia

Já te conhecia...

já te conhecia

mas não me sabia
tocar-te o peito
enquanto dormia
já te conhecia
mas muito queria
e nem mesmo sabia
virar-te contigo
a noite perdida
já te conhecia
mas sim pretendia
pois não me sabia
matar seus desejos
já te conhecia
mas certo não cria
que como magia
farias de mim
par mais que perfeito
já te conhecia
e hoje me vejo
lugar que conheço
qual palma de mão que te guia...

Flavia D'Angelo

leviana
por negar entrega
seguro
leviana
por faltar com verdade
possuo
leviana
por tentar inexistir
mundo
leviana
por trair peito que grita
amo
leviana
não mais me concluo
sincera descubro
leviana
engulo seu mundo...

Flavia D'Angelo

e o dia amanhece trazendo paz e finalmente me entrego ao cansaço. bom saber que o porto onde desembarco mazelas e neuras que vivo está ao meu lado. preciso de colo, e tenho!

Flavia D'Angelo

não importam marcas
de espinhas
nem fardas
do tempo
essência sacia
entranhas avisam
mulher que inteira
se deita contigo

Flavia D'Angelo

tiro na letra
posto na mesa
corpo no cio
veste vontade
grito sozinha
miro futuro
traz-me a tona
suga meu íntimo
bebe de pronto
paz no confronto
preenche vazio
macho me deixa
fêmea qual gueixa
goza comigo...

Flavia D'Angelo

manhã aponta qual criança que esconde a face. frio que veste a pele de arrepio feito língua que passeia meu corpo. mundo que pequeno se faz grande em ter você. canto que cheiro exala desejo que mata e renasce em mim. ao lado de quem preciso me faz precisa mulher. não sinto fome, sacias meus ímpetos mais primitivos e necessários. tão meu que te leio no escuro, e claro como dia me preenche. sou sua..

Flavia D'Angelo